Nos últimos anos, o RH deixou de ser uma área predominantemente operacional para assumir um papel cada vez mais estratégico dentro das organizações.
Tecnologia, novas formas de trabalho e mudanças profundas nas expectativas dos colaboradores estão redefinindo o que significa, na prática, fazer gestão de pessoas.
Segundo o Future of Jobs Report do World Economic Forum, até 2027 cerca de 44% das habilidades exigidas no mercado de trabalho atual sofrerão mudanças significativas.
Ao mesmo tempo, um estudo da McKinsey aponta que 80% das empresas já testam ou planejam adotar ferramentas de inteligência artificial em seus processos de RH até 2026.
Esse cenário traz um dilema importante: como escalar processos, ganhar eficiência e usar dados sem perder a proximidade humana, o engajamento e a identidade cultural?
É exatamente aqui que surge o novo papel do RH: ser curador de experiências, guardião da cultura e parceiro estratégico do negócio, apoiado por tecnologia, dados e decisões cada vez mais inteligentes.
Neste artigo, você vai conhecer as principais tendências de RH para 2026 e entender, de forma prática, como começar a se preparar agora.
Neste conteúdo você encontra:
- Tendência 1: Inteligência artificial e automação como co-pilotos do RH
- Tendência 2: Personalização da jornada do colaborador
- Tendência 3: Gestão de carreiras e sucessão
- Tendência 4: HR Tech com foco no colaborador e na ética
- Tendência 5: Gestão por competências
- Tendência 6: People Analytics mais maduro e ético
1. Inteligência artificial e automação como co-pilotos do RH
Em 2026, o RH não será substituído pela IA, mas será impactado por quem souber usá-la melhor.
Ferramentas de inteligência artificial já estão sendo aplicadas em recrutamento, triagem de currículos, análise de clima, gestão de desempenho, recomendações de desenvolvimento e atendimento ao colaborador via chatbots.
O ganho não está apenas em velocidade, mas na qualidade das decisões.
O papel do RH passa de executor para curador de decisões apoiadas por dados e algoritmos, mantendo sempre a validação humana.
Como o RH pode começar agora:
- Automatizar tarefas repetitivas e administrativas;
- Testar soluções de IA em projetos-piloto;
- Criar diretrizes claras de ética e governança algorítmica;
- Capacitar o time para interpretar dados e transformar insights em decisões de negócio.
2. Personalização da jornada do colaborador
Programas de RH “igual para todos” estão ficando para trás. Em 2026, a personalização será um dos principais fatores de engajamento e retenção.
Benefícios flexíveis, trilhas de desenvolvimento individuais, estilos de trabalho adaptados e feedbacks personalizados fazem parte dessa nova lógica.
A tecnologia viabiliza essa personalização, mas o desafio está em manter coerência cultural e escalabilidade.
O que muda na prática:
- Uso intenso de dados de engajamento e pesquisas internas;
- Segmentação de perfis e jornadas;
- Maior protagonismo das lideranças no reconhecimento e no feedback.
3. Gestão de carreiras e sucessão
Lideranças são um dos maiores fatores de impacto em resultados, clima e retenção. Por isso, desenvolver líderes será prioridade absoluta para o RH em 2026.
Mais do que formar gestores técnicos, o foco estará em lideranças humanas, preparadas para desenvolver times, dar feedbacks consistentes e sustentar a cultura organizacional.
Como se preparar:
- Criar academias de liderança personalizadas;
- Investir em mentoria e coaching contínuos;
- Avaliar líderes com métricas de engajamento e clima;
- Estimular feedback frequente e bidirecional.

4. HR Tech com foco no colaborador e na ética
A próxima geração de HR Techs será integrada, ética e centrada na experiência do colaborador.
Não se trata apenas de automatizar, mas de um software de RH que garanta privacidade de dados, acessibilidade, transparência e segurança. A confiança será um ativo essencial do RH.
Boas práticas essenciais:
- Auditar fornecedores de tecnologia;
- Integrar sistemas para uma jornada fluida;
- Garantir personalização e acessibilidade;
- Criar comitês internos de ética e tecnologia.
5. Gestão por competências
As organizações estão migrando de modelos baseados em cargos para modelos baseados em competências (skills).
Segundo a LinkedIn Learning, 90% das empresas líderes já mapeiam habilidades críticas. Esse movimento impulsiona mobilidade interna, reduz custos de recrutamento e aumenta o engajamento.
Passos iniciais para o RH:
- Mapear skills estratégicos da organização;
- Criar trilhas claras de upskilling e reskilling;
- Redesenhar performance e recrutamento com foco em competências;
- Estimular movimentações internas.
6. People Analytics mais maduro
People Analytics deixa de ser apenas descritivo e avança para análises preditivas e prescritivas, antecipando turnover, identificando talentos e apoiando decisões estratégicas.
Mas com mais dados, cresce também a responsabilidade sobre privacidade, consentimento e ética.
O que ganha prioridade:
- Governança e qualidade dos dados;
- Casos de uso com impacto real no negócio;
- Times multidisciplinares (RH, dados e TI);
- Processos claros de ética e compliance.
Panorama comparativo das principais tendências de RH para 2026
| Tendência | O que muda na prática | Principais desafios do RH | Como se preparar |
| Inteligência artificial e automação como co-pilotos do RH | A IA passa a apoiar decisões em recrutamento, desempenho, desenvolvimento e engajamento, automatizando tarefas operacionais | Medo de perda do fator humano e uso inadequado de decisões automatizadas | Mapear processos automatizáveis, criar diretrizes éticas e capacitar o RH para interpretar e validar os insights gerados |
| Personalização da jornada do colaborador | Benefícios, feedbacks e trilhas de desenvolvimento tornam-se personalizados conforme perfis e necessidades individuais | Escalar a personalização sem comprometer a cultura organizacional | Usar dados de engajamento, segmentar jornadas e envolver lideranças no feedback contínuo |
| Gestão de carreiras e sucessão | Foco no desenvolvimento contínuo e na formação de lideranças, não apenas em promoções | Falta de critérios claros e geração de expectativas irreais nos colaboradores | Mapear competências, estruturar trilhas de carreira e comunicar possibilidades de crescimento de forma transparente |
| HR Tech com foco no colaborador e na ética | Plataformas passam a priorizar experiência, acessibilidade, integração e segurança de dados | Riscos relacionados à privacidade, viés algorítmico e sistemas fragmentados | Auditar fornecedores, integrar soluções e criar comitês internos de ética e tecnologia |
| Gestão por competências | A avaliação do talento passa do cargo para as skills aplicáveis ao negócio | Dificuldade em mapear, atualizar e aplicar competências no dia a dia | Criar inventário de skills, redesenhar performance e estimular mobilidade interna |
| People Analytics mais maduro | O RH evolui de análises descritivas para preditivas e prescritivas | Baixa maturidade analítica e dados pulverizados | Garantir governança de dados, priorizar casos de impacto e formar times multidisciplinares |
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Perguntas frequentes sobre tendências de RH
1. O RH será substituído pela inteligência artificial?
Não. O RH será potencializado por quem souber usar a IA de forma estratégica e ética.
2. Personalização da jornada do colaborador é viável em grandes empresas?
Sim, desde que apoiada por tecnologia e dados bem estruturados.
3. Como estruturar a gestão de carreiras e sucessão sem gerar expectativa irreais nos colaboradores?
O segredo está em transparência e critérios claros. Mapear competências, comunicar possibilidades de crescimento e reforçar que carreira não é apenas promoção vertical ajuda a alinhar expectativas e aumentar o engajamento.
4. Como escolher uma HR Tech que seja ética e realmente centrada no colaborador?
Avalie critérios como proteção de dados, explicabilidade dos algoritmos, acessibilidade, integração com sistemas existentes e foco na experiência do usuário. A tecnologia deve apoiar decisões, não substituí-las de forma opaca.
5. Qual a diferença entre gestão tradicional por cargos e gestão por competências?
Na gestão por cargos, o foco está no título e na hierarquia. Já na gestão por competências, o olhar está nas skills aplicáveis ao negócio, facilitando mobilidade interna, desenvolvimento contínuo e maior adaptabilidade organizacional.
6. People Analytics exige times altamente técnicos?
Não necessariamente. O mais importante é a governança dos dados e a clareza dos objetivos de negócio.
O novo RH é sistêmico, digital e humano
O RH de 2026 será mais analítico e tecnológico, mas também mais humano. As áreas que prosperarão serão aquelas capazes de transformar dados em decisões, tecnologia em experiências e metas em propósito.
A Mereo acredita que a transformação não está apenas na adoção de ferramentas, mas em uma gestão integrada de desempenho, desenvolvimento e engajamento, sustentada por tecnologia e dados confiáveis.
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Rebeca Rohr é jornalista especialista em marketing de conteúdo e SEO. Escreve sobre gestão de pessoas há 7 anos.