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Diagrama de Ishikawa o que é, sua importância e como aplicar

Diagrama de Ishikawa na prática: acelere seus resultados

Você já ouviu falar em Diagrama de Ishikawa? O gráfico, que também é conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou, ainda, Diagrama Espinha de Peixe, é muito utilizado na resolução de problemas organizacionais.

Embora por muitos anos o modelo tenha sido usado com mais frequência na produção industrial, o Diagrama de Ishikawa pode ser aplicado em qualquer área, principalmente, dentro da gestão de pessoas.

Se você precisa resolver algum problema no seu negócio, saiba mais sobre esse diagrama, qual a sua importância e como aplicar na prática. Continue lendo!

Neste conteúdo você encontra:

  • O que é Diagrama de Ishikawa
  • A importância do Diagrama de Ishikawa
  • Por que o Diagrama de Ishikawa vale para RH?
  • Vantagens do Diagrama de Ishikawa
  • Quando usar o Gráfico de Ishikawa
  • Como usar o Gráfico de Ishikawa
  • 7 passos para montar o Diagrama de Ishikawa
  • O que são os 6m’s no Diagrama de Ishikawa
  • Exemplo aplicado a gestão de pessoas
  • FAQ – Perguntas frequentes sobre Diagrama/Gráfico de Ishikawa

O que é Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa ou Gráfico de Ishikawa (também chamado de diagrama de causa e efeito ou diagrama espinha de peixe) é uma ferramenta visual usada para identificar, organizar e priorizar as possíveis causas de um problema.

Ele ajuda equipes a chegar na causa-raiz, em vez de atacar só o sintoma, e a definir quais ações precisam ser tomadas.

O Diagrama de Ishikawa foi criado por Kaoru Ishikawa, um engenheiro químico japonês, a partir da década de 1940 e consolidado nos anos 60, como parte das iniciativas de controle de qualidade no Japão.

Ele faz parte do conjunto das “sete ferramentas da qualidade” para investigação e resolução de problemas em processos e produtos.

Originalmente voltado à indústria (produção, manufatura) para analisar defeitos, falhas ou desvios, hoje é amplamente aplicado em serviços, RH, processos administrativos e outros contextos

Com o gráfico, é possível organizar as ideias e todas as etapas que acontecem antes de chegar ao problema final.

A aplicação dessa técnica pode ser um grande diferencial para qualquer empresa.

Isso porque com o diagrama é possível entender o problema principal e ainda diagnosticar falhas em todos os setores que fazem parte do negócio.

A importância do Diagrama de Ishikawa

O grande diferencial é que a estrutura do diagrama faz com que nenhum detalhe fique de fora da análise. Olhar e solucionar possíveis falhas em todos os processos que levam ao problema é muito importante.

Com a rotina intensa do dia a dia e a automatização de processos, é possível que algumas áreas sejam preteridas. Por isso, usar essa técnica é uma forma eficaz de discutir qualquer obstáculo.

A técnica do Diagrama de Ishikawa é aplicada com o objetivo de alcançar uma solução efetiva. Ao eliminar as causas de qualquer que seja o problema, ficará muito mais fácil fazer uma priorização de problemas para resolver a questão.

Por que o Diagrama de Ishikawa vale para RH?

Embora muitos textos se refiram ao uso industrial, há um valor real para quem atua em pessoas e performance:

  • Em RH ou gestão de talentos, você frequentemente lida com efeitos visíveis (turnover alto, engajamento baixo, metas não batidas) que têm múltiplas causas, não basta tratar o sintoma.
  • O diagrama permite mapear de forma colaborativa com o time: “quais podem ser as causas?”, “em que categoria se encaixam?”, “qual delas merece atenção?”.
  • Isso assegura que a solução seja orientada a causa-raiz, não apenas uma reação circunstancial.

Vantagens do Diagrama de Ishikawa

Como já visto anteriormente, o diagrama possibilita a relação entre um efeito e as suas possíveis causas. Ele auxilia com:

  • A visibilidade dos problemas apresentados;
  • Identificação de problemas de maneira ágil;
  • Priorização das causas encontradas;
  • Registro dos processos para futuras análises;
  • Melhoria contínua dos processos internos;
  • Organização com mais foco e objetividade.

Portanto, o objetivo principal é auxiliar o time a encontrar a causa raiz dos problemas. Ele pode ser usado juntamente com outras metodologias, principalmente com reuniões de brainstorming,que possibilita a ampliação da visão de um determinado problema.

Quando você se depara com resultados que não te agradam ou com um desempenho deficiente na sua empresa, é hora de ficar atento. Esses são sinais de que algo não vai bem e que chegou o momento de focar em gestão, identificar e eliminar problemas.

O segredo é usar o diagrama para avaliar a relevância das causas do problema e entrar em ação. Esteja preparado para fazer mudanças com foco em melhorias. Além do gráfico, será necessário ter uma equipe capacitada para coordenar a análise.

A ferramenta sozinha não avalia a gravidade dos problemas e das causas. Por isso, será fundamental contar com pessoas que entendam a empresa e que tenham interesse em fazer um bom uso do diagrama.

Vantagens do diagrama:

  • Ajuda a visualizar condições complexas de forma organizada.
  • Estimula colaboração em equipe, promovendo engajamento e participação.
  • Facilita identificar causas-raiz e priorizar ações.
  • Cria base visual que pode ser registrada e revisitada.

Limitações do diagrama:

  • Requer tempo e engajamento: se for feito superficialmente vira só “brainstorm de post-it”.
  • Pode gerar lista extensa de hipóteses e nenhuma validação: se não houver dados, pode virar “achismo”.
  • Não mostra necessariamente interações entre causas ou evolução no tempo, é um retrato de um momento.

Quando usar o Diagrama de Ishikawa?

O diagrama pode ser usado em diferentes situações, todas elas com o objetivo de melhorar o funcionamento do seu negócio. A pergunta é: você gostaria de otimizar algum processo na sua empresa?

Veja a seguir alguns motivos para utilizar o Diagrama de Ishikawa:

  • Resolver um problema a partir de causas e sub causas que em muitas situações não são analisadas;
  • Enxergar um problema e suas causas com outros olhos, ou seja, garantir uma visão ampla e organizada com foco em solução;
  • Garantir que cada etapa dos processos realizados dentro do seu negócio está funcionando e certificar o funcionamento das fases seguintes;
  • Melhorar o aproveitamento de todos os setores que fazem a empresa entregar bons resultados.

Como usar o Diagrama de Ishikawa

  1. Defina claramente o problema (efeito): ex.: “queda de produtividade do time X”, “alto turnover no setor Y”.
  2. Desenhe a espinha de peixe: seta principal horizontal apontando para o problema.
  3. Abra ramos principais (“espinhas”) como categorias: Método, Pessoas, Ambiente, Métricas etc.
  4. Faça brainstorming de causas e subcausas em cada ramo, perguntando “por quê?” várias vezes.
  5. Priorize quais causas realmente merecem plano de ação agora, aquilo que pode levar à causa-raiz.

7 passos para montar o Diagrama de Ishikawa

Para quem já viu a estrutura de um peixe fica fácil entender o nome do diagrama. Nesse caso, as espinhas do peixe são as possíveis causas do problema principal e são elas que serão analisadas.

Com isso, é possível testar diferentes causas e realizar um trajeto detalhado até o problema principal.

Os diagramas ou gráficos, sempre foram utilizados para dar visibilidade às informações importantes. A maneira correta de montar o diagrama é seguindo os seguintes passos:

  1. Definir o problema (efeito): Quanto mais claro e específico, melhor: “Nos últimos 3 meses, as metas de vendas da equipe X caíram 20%” (em vez de “vendas baixas”).
  2. Desenhar a espinha principal: Uma seta horizontal que aponta para a direita; no “cabeça” (ponteira) colocar o problema.
  3. Definir categorias: As “espinhas” diagonais que representam categorias-macro de causas (ex.: Pessoas, Método, Ambiente, Medida).
  4. Brainstorming de causas: Com a equipe, perguntar: “por que isso acontece?”, “o que está por trás disso?”, “há sub-causas?” — cada causa entra em uma categoria.
  5. Mapear sub-causas: Em cada espinha, ramificar causas secundárias ou terciárias que ajudam a “ir mais fundo”.
  6. Validar hipóteses: as causas listadas são hipóteses, não verdades absolutas. Antes de agir, converse com as pessoas, colete dados, teste.
  7. Priorizar e agir: Identifique quais causas têm maior impacto ou frequência, selecione para plano de ação (transformar em “o que faremos”). Aqui vale usar ferramentas complementares, como 5W2H ou Pareto.

Importante: tudo que você coloca nas ‘espinhas’ começa como hipótese. Antes de investir tempo e dinheiro em uma solução, valide se aquilo é realmente uma causa e não apenas um sintoma. O objetivo final do Ishikawa é encontrar a causa raiz, aquilo que, se corrigido, evita que o problema volte a acontecer.

E se você quer montar o gráfico de Ishikawa mais rápido, pode usar um template pronto de espinha de peixe e só preencher problema, categorias e causas durante o brainstorming.

É comum ter esse quadro em uma planilha, mural digital ou software de gestão. Com a plataforma da Mereo, você pode mapear causas e priorizar ações direto na plataforma e acompanhar a execução.

O que são os 6m’s no Diagrama de Ishikawa

Como a ferramenta foi desenvolvida para ser usada no setor de produção industrial, foram definidas seis categorias, sendo elas: máquina, materiais, mão de obra, meio ambiente, método e medidas.

Essas categorias são conhecidas como 6M’s. Porém, se o seu negócio atua em outro segmento, você pode fazer as alterações necessárias.

Para compreender o sentido de cada M, você pode fazer perguntas relacionadas a cada item de acordo com a sua empresa, por exemplo:

  • Método: como o desenvolvimento das atividades influencia no problema?
  • Máquina: quais são os equipamentos utilizados e como interferem no problema?
  • Medida: quais são as métricas para medir o desempenho atuam no problema?
  • Meio ambiente: como o meio que as atividades são realizadas influenciam?
  • Material: qual a qualidade e os tipos de materiais são utilizados? Eles interferem no problema?
  • Mão de obra: quem são os responsáveis pela atividade e como elas atuam no problema?

Adaptando para gestão de pessoas, podemos usar como guia:

Categoria Pergunta-guia Exemplo em RH
Método Como o processo é executado? O onboarding está bem estruturado?
Máquina (ou Ferramentas) As ferramentas/sistemas funcionam bem? O sistema de metas está instável ou confuso?
Medida Como medimos desempenho? Os KPIs tem sentido para a função?
Meio Ambiente O ambiente de trabalho influencia? Home office, ruído, cultura de urgência?
Material (ou Recursos) Temos recursos adequados? Treinamentos, material de apoio, budget?
Mão-de-obra (Pessoas) Quem executa e como? Perfil adequado, carga de trabalho, engajamento?

 

Outra informação essencial é a de que não é necessário usar as seis categorias. Cada caso é um caso, então definir se serão analisadas, três, quatro ou cinco categorias é uma decisão que deve ser tomada pelo líder e sua equipe.

O importante é trabalhar com todos os aspectos que envolvem a realidade do negócio.

Exemplo aplicado a gestão de pessoas

Problema (efeito): “Turnover alto no time de atendimento nos últimos 3 meses.”
Categorias / Espinhas principais

  • Pessoas (Mão-de-obra): falta de treinamento inicial? perfil errado? carga emocional muito alta?
  • Método: processo de onboarding falho? metas impossíveis para novatos? scripts desatualizados?
  • Ambiente: clima de pressão? conflito entre liderança e equipe? home office desassistido?
  • Medida: estamos cobrando só volume de atendimentos e ignorando qualidade? métricas desalinhadas?
  • Ferramentas/Recursos (Máquina): sistema de atendimento instável? retrabalho gerando frustração?

Brainstorming e causas identificadas

  • Novatos recebem a mesma meta que veteranos – desmotivação e saída.
  • Feedbacks são feitos apenas ao fim do período de prova – falta de ajuste precoce.
  • Sistema de chamados cai nos horários de pico – gera alta cobrança e estresse.

Priorização/plano de ação
Causa prioritária: metas inalcançáveis para novatos nos 3 primeiros meses.
Plano de ação (exemplo): Ajustar meta de ramp-up para novos contratados; reforçar acompanhamento de gestor nas primeiras 2 semanas; revisar sistema de atendimento para garantir estabilidade.

Resultado esperado: redução de turnover em novatos, melhora de engajamento, menor curva de aprendizado.

FAQ – Perguntas frequentes sobre Diagrama/Gráfico de Ishikawa

1) O que é o Diagrama de Ishikawa e para que serve?
É uma ferramenta visual (também chamada de diagrama espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito) usada para identificar, organizar e priorizar as possíveis causas de um problema, com foco em chegar à causa-raiz e orientar um plano de ação.

2) “Diagrama Ishikawa”, “espinha de peixe” e “gráfico de causa e efeito” são a mesma coisa?
Sim. São sinônimos populares para a mesma ferramenta. Você também verá “gráfico de Ishikawa” e, às vezes, a grafia “ishkawa” (variante comum de digitação).

3) Em quais situações devo usar o Ishikawa?
Quando você precisa investigar por que um problema acontece (queda de produtividade, turnover alto, metas não batidas, retrabalho, atrasos), fazer brainstorming estruturado e escolher quais causas atacar primeiro.

4) Dá para usar Ishikawa em gestão de pessoas? Exemplos.
Sim: investigar turnover de um time, queda de engajamento, piora de clima, rampa lenta no onboarding, retrabalho por falhas de processo, metas desbalanceadas etc.

Conclusão

O Diagrama de Ishikawa é simples de entender, poderoso de aplicar e, sobretudo, prático para times que precisam transformar dados e percepções em melhorias reais. Ao visualizar causas, discutir hipóteses e separar sintomas de causas-raiz, sua equipe deixa de “apagar incêndios” e passa a atuar de forma estruturada, priorizada e mensurável.

Se você quer sair do diagnóstico para o resultado, a plataforma da Mereo ajuda a operacionalizar todo esse ciclo: mapear causas, priorizar, atribuir responsáveis, acompanhar prazos e métricas e aprender com cada iteração.

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