ESG: o que significa a sigla e qual é a sua importância para as empresas?

Avatar photo Rebeca Rohr | 22 de setembro de 2022

A sigla ESG em inglês significa ambiental, social e governança. Ela apareceu pela primeira vez em 2005 no relatório “Who Cares Wins”, a partir de uma iniciativa do secretário-geral da ONU, Kofi Anan.

esg

O objetivo de Kofi Anan com esse relatório era a inclusão de questões ambientais, sociais e de governança no mercado financeiro. Mas o que a sua empresa tem a ver com ESG? Saiba no artigo de hoje!

Neste conteúdo você encontra:

  • O que é ESG?
  • Qual é a importância do ESG?
  • ESG no Brasil: a evolução do tema
  • Qual é a previsão para ESG no Brasil?
  • Crescimento do ESG no Brasil
  • Por que minha empresa deve se comprometer com ESG?

O que é ESG?

ESG é uma sigla que representa os critérios para identificar e medir aspectos intangíveis das empresas: os ambientais, sociais e de governança. Mas o que cada um desses elementos representa?

E – Environmental (ambiental)

O primeiro critério envolve a preocupação com questões ambientais e práticas sustentáveis como: uso de fontes de energia, posicionamento em relação a mudanças climáticas. Além de processos de redução da poluição do ar e da água, política de desmatamento e preservação da biodiversidade, escolha de fornecedores que têm responsabilidade ambiental. 

Também pode haver a avaliação de riscos ambientais que uma empresa possa enfrentar e como ela gerencia esses riscos. Por exemplo, se há questões relacionadas à propriedade de terras contaminadas, descarte de resíduos perigosos, gerenciamento de emissões tóxicas ou conformidade com as regulamentações ambientais do governo.

S – Social

Esse pilar engloba ações e políticas de diversidade e inclusão, programas de desenvolvimento e engajamento de colaboradores, relacionamento e satisfação de clientes, preocupação com direitos humanos, proteção de dados, escolha de fornecedores com os mesmos valores e responsabilidade social. 

Também são observadas questões como se a empresa doa uma porcentagem de seus lucros para a comunidade local, se incentiva as pessoas a realizarem trabalhos voluntários e se as condições de trabalho da empresa valorizam a saúde e a segurança de seus colaboradores.

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G – Governance (governança)

A governança é relacionada à gestão e administração da empresa e sua relação com colaboradores, acionistas e clientes. Esse aspecto abrange, por exemplo, se o conselho é composto com diversidade e equidade e se há conflitos de interesse na escolha dos membros. 

Da mesma forma, engloba gestão de riscos, a relação da organização com políticos e práticas anticorrupção, transparência e precisão nos métodos contábeis e oportunidade de os acionistas votarem em decisões importantes.

Qual é a importância do ESG?

Em meio à pandemia e um cenário de maior atenção das pessoas ao consumo consciente e sustentável, a BlackRock, maior gestora de ativos financeiros do mundo, anunciou em 2020 que a sustentabilidade seria um fator decisivo para investimentos.

Assim, a previsão é que os ativos ESG globais devem ultrapassar US $53 trilhões até 2025. O que representa mais de um terço dos US $140,5 trilhões em ativos totais sob gestão projetados. Eles saltaram de US $22,8 trilhões em 2016 para US $30,6 trilhões em 2018.

Enquanto a Europa corresponde à metade dos ativos ESG globais, os EUA têm a expansão mais forte em 2021 e podem dominar a categoria a partir de 2022. A próxima onda de crescimento pode vir da Ásia, especialmente do Japão (Análise da Bloomberg Intelligence).

ESG no Brasil: a evolução do tema

Apesar do conceito ESG já existir desde 2005, o tema só virou febre em países como os Estados Unidos e Japão a partir de 2020 com a pressão do mercado financeiro para essas práticas.

Já no Brasil, o cenário é diferente, como veremos a seguir a partir dos dados do estudo feito pela Pacto Global e Stilingue, denominado “A Evolução do ESG no Brasil”.

2019

Em 2019 ainda eram poucas as menções ao assunto no Brasil. Com pouco mais de 3,4 mil citações, o que se falava era a respeito de como os demais países estariam reconhecendo e colocando em prática a nova tendência.

Porém, mesmo sem muitas citações sobre o termo específico “ESG”, em 2019 já havia um destaque para o ambiental, com mais de 11 milhões de publicações realizadas. O aspecto social aparece em segundo com mais de 484 mil conteúdos com maior identificação das expressões “inclusão social” e “Direitos Humanos”.

Em terceiro lugar está a governança, com mais de 126 mil publicações com relatos sobre os impactos da corrupção em grandes empresas. Mas igualmente a outros países, o tema ESG no Brasil ganhou mais atenção em 2020. As discussões em redes sociais sobre o tema cresceram seis vezes de 2019 para 2020, com mais de 22 mil conteúdos coletados sobre o assunto.

2020

Da mesma forma que em 2019, em 2020 falar sobre ESG no Brasil novamente significou refletir sobre preocupações ambientais. Mas também surgiram tópicos como “investidores” e “fundos ESG”, “melhores práticas de governança corporativa”, que não foram encontrados em 2019.

Essa maior familiaridade com o tema também foi vista na pesquisa exclusiva realizada com membros da Rede Brasil do Pacto Global. Nela, 72% dos respondentes afirmaram já conhecerem o termo ESG em 2020.

A evolução dos números não foi apenas nas discussões, mas no mercado financeiro. Em 2020, havia cerca de R$700 milhões investidos em fundos ESG no país, o triplo do ano anterior. (dados da Anbima – Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais)

Qual é a previsão para ESG no Brasil?

O crescimento das discussões sobre ESG no Brasil pode ser confirmado pela percepção do setor empresarial. Para 84% deles, comparativamente, o interesse pela discussão aumentou em 2021.

A maioria dos respondentes revelou ser estimulada com alta frequência a repensar e criar soluções que impactem positivamente nos 3 critérios ESG. 51% dos respondentes sempre são incentivados a considerar práticas com impactos sociais mais positivos; 50% para impactos ambientais mais positivos e 48% para impactos de governança mais positivos.

A pesquisa da Anbima também revelou que em janeiro de 2021, os fundos que investem em empresas com preocupação social, ambiental e de governança já ultrapassavam R$1 bilhão.

E a expectativa dos consumidores também segue a tendência: em 2021 a KPMG realizou uma pesquisa com consumidores do mundo todo. Dentre os que mais se importam com a abordagem das empresas em relação ao meio ambiente, 5% são brasileiros. Já dos que se importam com a consciência social da empresa, 9% são brasileiros.

Crescimento do ESG no Brasil

É possível observar uma grande tendência do mercado internacional na estruturação de programas de remuneração variável associados a ESG. Já no Brasil, essa prática também vem ganhando espaço, principalmente nas empresas maiores.

Em pesquisa realizada para o Prática ESG com organizações de 30 segmentos diferentes com 100 a 200 mil colaboradores, a Mereo identificou que de 149 grandes e médias empresas:

  • 47 delas consideram ESG em metas, indicadores e metodologias;
  • 35 delas estruturam algum programa de remuneração relacionados às métricas ambientais, sociais e de governança;
  • 26% contemplam essas métricas nos bônus de executivos, C-Level
  • entre as 23 listadas na bolsa no Brasil ou exterior, apenas dez têm alguma forma de remuneração por indicadores ESG.

Isso quer dizer que já se nota um crescimento na relevância do ESG em empresas maiores, mas ainda há um longo caminho a percorrer nas pequenas empresas.

Por que minha empresa deve se comprometer com ESG?

Com a atenção dos investidores para empresas que se comprometem com ESG, isso deixou de ser uma preocupação apenas com a imagem das organizações e passou a ser uma questão financeira.

Até porque 88% dos investidores acreditam que as empresas que priorizam iniciativas ESG representam melhores oportunidades para retornos de longo prazo do que as empresas que não (Relatório Edelman Trust Barometer: Institutional Investors).

Além disso, mais de 90% dos executivos entrevistados em 2020 consideram a sustentabilidade e ESG importantes ou muito importantes para impulsionar o valor da empresa (IDC Capitalizing on ESG – the Business Case for Sustentability, 2020).

Ou seja, as empresas que não se comprometerem com ESG ficarão para trás e poderão acabar sem capital. Muito além da consciência corporativa que preza por boas práticas, agora há uma pressão de investidores e gestoras de fundos a favor do ESG.

É importante destacar que ESG não deve ser uma estratégia de marketing para vender uma imagem falsa. Esse é o chamado greenwashing, em outras palavras, uma aparência enganosa de empresa verde.

Como medir o aspecto social da sua empresa?

Na plataforma da Mereo você acompanha o indicador social da sua empresa com dados de engajamento dos seus colaboradores em tempo real e ainda aplica pesquisas pulse para medir a saúde do seu negócio em relação a temas como diversidade e inclusão. Fale com nossos especialistas e saiba mais sobre nossas soluções!

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Conclusão

Em resumo, para ser uma empresa ESG é preciso repensar o modelo do negócio, produtos e fornecedores. Também a relação com acionistas, executivos, colaboradores, clientes e sociedade em geral. Isso significa verdadeiramente evoluir pensando no respeito às pessoas e ao planeta. Até porque, cada vez mais, grandes investidores estão olhando com mais atenção para as práticas sociais, ambientais e de governança antes de investir capital e confiança.

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