Por que estabelecer a confiança para o engajamento e performance dos times?
Sem confiança, sem engajamento: o impacto da confiança no engajamento do time.
Em um cenário em que grande parte das empresas estrutura suas avaliações voltadas apenas para métricas de desempenho, é importante questionar: estamos dando a devida atenção aos fatores que promovem o crescimento dos times?
Simon Sinek, renomado autor e palestrante, discorre em seus livros e palestras sobre a confiança estar no centro quando se trata do desenvolvimento de equipes de sucesso.
Mas enquanto muitos líderes estão ocupados ajustando indicadores de produtividade, acabam deixando de lado a confiança, fator essencial para promover um ambiente de colaboração e performance.
Por isso, os conceitos de Sinek explorados por meio do “Círculo de Segurança” oferecem uma nova perspectiva para a gestão, mostrando que o verdadeiro potencial de um time só é desbloqueado quando a confiança é cultivada.
Ao longo deste artigo entenderemos mais sobre a confiança dentro dos times e como ela pode ser a chave para criar times engajados e eficientes.
Neste conteúdo você encontra:
- A confiança para Simon Sinek
- Por que a confiança é a chave para times engajados e eficientes?
- Confiança x performance: Caso de sucesso Navy SEALs
- Como a liderança pode construir confiança?
A confiança para Simon Sinek
Simon Sinek apresenta a confiança como o alicerce sobre o qual equipes eficazes e organizações bem-sucedidas são construídas.
Para ele, métricas sem orientação por si só não são capazes de gerar resultados duradouros, pois podem deixar mortos e feridos pelo caminho.
Dessa forma, é introduzido o conceito de confiança, o que fortalece a colaboração, o engajamento, a inovação e o trabalho em equipe.
É essencial criar um ambiente em que os colaboradores não temam seus líderes, mas que enxerguem neles o comportamento de “estarem juntos”, isto é, a confiança para resolverem os problemas juntos.
Afinal, quando percebemos que estamos em um “círculo de segurança”, em que há confiança mútua, respondemos com cooperação, uma resposta intrínseca ao ambiente.
Ou seja, quando os líderes demonstram preocupação genuína com os membros do time, têm como retorno confiança e cooperação.
No entanto, se a percepção é de falta de direcionamento e vaidade, as pessoas podem entrar em um ciclo de paranoia, cinismo e desconfiança.
Abaixo, podemos observar fatores que elevam ou reduzem o nível de confiança.
De fato, a confiança é o caminho para alcançar não apenas um melhor desempenho, como também uma conexão mais profunda entre as pessoas e um laço mais duradouro com a empresa.
Por que a confiança é a chave para times engajados e eficientes?
Nas palavras de Sinek, as organizações devem repensar a forma pela qual buscam extrair o máximo potencial dos seus colaboradores.
Para ele, o foco deve ser a criação de ambientes propícios que permitam que cada pessoa trabalhe naturalmente da melhor forma possível.
E isso só é possível em um ambiente em que o colaborador se sente seguro para ser vulnerável, admitir erros e buscar ajuda.
Times fundamentados na confiança são aqueles em que reconhecer erros, expressar dúvidas ou compartilhar problemas pessoais não é apenas aceitável, mas encorajado.
Essa dinâmica, essencialmente humana, cria um vínculo inquebrável entre líderes e colaboradores.
Por outro lado, a ausência da confiança resulta em uma dinâmica prejudicial. Em ambientes em que a ela é escassa, os colaboradores se veem obrigados a esconder erros e sugestões por medo de retaliação.
Isso cria uma atmosfera tóxica em que as pessoas evitam pedir ajuda porque temem as consequências, como a demissão.
A longo prazo, Sinek adverte que empresas construídas sobre essa base frágil estão fadadas ao fracasso.
Quando os líderes não confiam em seus times para desempenhar suas funções com competência, a empresa, o cliente e o próprio colaborador sofrem os danos.
Por exemplo, problemas de baixo desempenho ou até de atendimento ao cliente muitas vezes têm raízes na falta de confiança, evidenciando um desequilíbrio crítico.
Portanto, de acordo com Simon Sinek, a construção e manutenção da confiança são imperativas para times de sucesso.
É essa confiança que permite a honestidade, a transparência e a colaboração, elementos essenciais para criar times verdadeiramente engajados e de alta performance.
Confiança x performance: Caso de sucesso Navy SEALs
A United States Navy SEALs, principal força de operações especiais da Marinha dos Estados Unidos, é reconhecida como a organização com a melhor performance do planeta.
Mas o que os torna verdadeiramente excepcionais não é apenas o rigoroso critério de seleção de pessoas, mas a ênfase que colocam na interseção entre confiança e performance.
No campo de batalha, a Navy SEALs busca pessoas com habilidades excepcionais e com capacidade para atingir metas, mas a definição de performance vai além. Para eles, é uma questão de confiança.
Sem dúvidas, idealmente toda empresa quer colaboradores de alta performance e alta confiança.
Mas o que a Navy SEALs aprendeu é um insight profundo e muitas vezes negligenciado nos negócios: uma pessoa de alta performance, mas com baixa confiança, pode ser tóxica para a dinâmica da equipe.
Por isso, preferem colaboradores com desempenho médio, mas com alta confiança, esses que muitas vezes se revelam como os melhores líderes natos, pois compreendem que a responsabilidade, o compromisso, a confiança, o conflito e os resultados são elementos essenciais.
Confira abaixo um infográfico que demonstra essa relação entre confiança, performance e engajamento.
Nesse sentido, o desafio dentro das empresas, como observa Simon Sinek, é a falta de métricas para medir a confiança.
Enquanto há inúmeras métricas para avaliar o desempenho baseadas unicamente no atingimento de metas, a confiança muitas vezes é deixada de lado.
Isso cria um risco significativo de promover toxicidade dentro dos times, já que pessoas com excelente desempenho, mas baixa confiança, podem ascender às posições de liderança.
Ao avaliar a confiança e o caráter dos colaboradores para além das métricas de desempenho, os Navy SEALs demonstram que a confiança é um ativo intangível, mas vital para as organizações.
A lição é clara: o sucesso sustentável não se baseia apenas em resultados excepcionais, mas na construção de equipes enraizadas na confiança mútua e duradoura.
Como a liderança pode construir confiança?
O líder tem a responsabilidade de construir um ambiente de confiança, transcendendo a mera posição de comando.
Diferente do que muitos pensam, construir confiança não é uma meta que pode ser alcançada de forma imediata, é um processo contínuo.
Para ilustrar, Simon Sinek faz uma comparação com o comprometimento com exercícios físicos. Entrar em forma não acontece da noite para o dia, mas sim com esforço constante ao longo do tempo.
Não existe uma fórmula mágica com cinco passos simples para construir confiança, é um processo contínuo que faz parte do “estilo de vida” da liderança.
Assim como o comprometimento diário com a academia, é exigido esforço constante para desenvolver e manter a confiança dentro dos times.
Até porque, mesmo quando o líder atinge seu objetivo de criar esse ambiente de confiança, deve continuar trabalhando para manter um time com pessoas que cuidam uma das outras e que se sentem valorizadas e valiosas para a organização.
Como os líderes podem fazer isso na prática?
Sinek enfatiza que liderança não se trata apenas de estar no controle, mas de cuidar daqueles sob sua orientação.
Ele também ressalta que os líderes não são responsáveis pelos resultados, mas pelas pessoas que, por sua vez, são responsáveis pelos resultados.
A partir desses pressupostos, a autonomia surge como um componente vital do ecossistema de confiança.
Quando os colaboradores têm domínio sobre o próprio trabalho, respondem realizando suas tarefas da melhor forma possível, o que não acontece quando essa autonomia não existe. Pelo contrário, o microgerenciamento constante desgasta as pessoas.
Inclusive, é a confiança construída ao longo do tempo que oferece aos líderes a oportunidade de implementar o comando e controle de curto prazo quando necessário, por exemplo em momentos de crise, resultando em uma união notável da equipe.
Como podemos ver, a fórmula de confiança exposta por Athila Machado, Co-fundador da Mereo, demonstra que a confiança aumenta na medida em que diminui o interesse próprio e aumenta a transparência, competência e credibilidade.
Portanto, a liderança tem um compromisso de longo prazo com a construção e manutenção da confiança dentro das equipes a partir desses fatores essenciais.
Conclusão
Em resumo, a construção de confiança é um processo contínuo e integrado à essência da liderança. Não é uma meta a ser atingida, mas um compromisso diário.
Apesar de ser um desafio mensurá-la, a confiança não é apenas desejável dentro das empresas, mas sim essencial para o sucesso a longo prazo.
Afinal, ela é o alicerce que sustenta equipes resilientes, inovadoras e verdadeiramente excepcionais.